Polkadot (Dot Coin): saiba tudo sobre a criptomoeda
Febre no mercado asiático, a Polkadot, ou Dot Coin, começa a desembarcar em solo nacional e também a atrair os olhares dos investidores nacionais em criptomoedas. Considerado o protocolo blockchain da próxima geração, essa cripto conta com várias vantagens bem interessantes.
O que é Polkadot?
Polkadot (DOT Coin) é um protocolo de código aberto considerado pelos próprios criadores como uma evolução na tecnologia Blockchain.
Ela é uma rede descentralizada criada para conectar diferentes criptomoedas, trazendo mais escalabilidade para a blockchain e para moldar a Web 3.0.
Como essa cripto surgiu?
O conceito por trás da Polkadot foi desenvolvido inicialmente pelo Dr. Gavin Wood, um dos fundadores da Ethereum. A ideia da equipe era concentrar seus esforços em segurança, escalabilidade e inovação, por isso precisaram desenvolver uma infraestrutura capaz de suportar não apenas as novas ideias e conceitos, mas também que conseguisse garantir a interoperabilidade adequada.
Wood queria desenvolver um projeto de blockchain que superasse as fraquezas do Ethereum, especialmente em relação a sua escalabilidade e habilitação de novas estruturas operacionais cross-chain ou inter-chain.
Em outubro de 2016 foi lançada a primeira versão do whitepaper da Polkadot, dando início ao projeto que também contava com a participação de Marek Kotewicz. No início, o financiamento do projeto foi feito pelas próprias empresas de Wood, porém, em 2017, houve a necessidade de mais recursos – o que levou a uma Oferta Inicial de Moeda (ICO).
O sucesso da ICO foi extraordinário, arrecadando 143 milhões de dólares para o desenvolvimento do projeto. Além das vendas realizadas em 2017, o total de fundos arrecadados pelo projeto foi de 250 milhões de dólares.
Redenominação
Em agosto de 2020, a Polkadot sofreu uma redenominação, na altura do bloco 1.248.328. O “novo” DOT agora é 100 vezes menor que o antigo.
Os desenvolvedores explicaram que, após a redenominação, o saldo em DOT dos investidores estaria 100 vezes maior e o preço 100 vezes menor. Com isso, a porcentagem do DOT que cada investidor possuía em relação ao fornecimento total não foi alterada, assim como também não houve alterações no valor total da sua posição.
Considerada uma blockchain revolucionária, a polkadot tem atraído a atenção de diversos investidores
Como Polkadot funciona?
Polkadot funciona de maneira diferente do Bitcoin. Este último tem uma blockchain em camada única, enquanto Polkadot possui várias camadas (multichain), o que, na prática, significa que várias cadeias de blocos funcionam em paralelo, permitindo processar um número muito maior de transações.
Essa conexão de múltiplas cadeias não é feita apenas dentro da Polkadot, mas também com outras blockchains de projetos externos – o que a torna tão diferenciada.
Então, uma das principais características da Polkadot é a sua capacidade de operar diferentes tipos de blockchain em paralelo. Assim, ela seria capaz de cumprir duas funções bem definidas, que seriam:
- funcionar como uma cadeia de transmissão e processamento de dados, recebendo informações de outras cadeias, processando essas informações e enviando-as de volta à cadeia de origem. Assim, a Polkadot poderia se tornar uma camada de escalabilidade para qualquer outro blockchain;
- funcionar como uma operação independente criando suas próprias cadeias, o que permite a operação nativa de aplicativos descentralizados e tokens na rede que podem aproveitar ao máximo o potencial da rede.
A ideia é que a Polkadot se torne uma opção de escalabilidade para redes como Ethereum e outras criptos, além de servir para interconectar diferentes ecossistemas em diferentes blockchains, todos na mesma rede.
Relay Chain
A primeira blockchain da Polkadot é a rede principal, também chamada de cadeia de transmissão (Relay Chain). É nela que as transações ficam registradas para sempre e na qual os donos de DOT podem ganhar mais criptomoedas, prendendo suas moedas e performando em 3 tipos de funções:
1) validadores: são os que validam os dados das outras blockchains e participam do consenso. Eles também votam em propostas de melhorias da rede. Para ser um validador é preciso de um hardware poderoso, alta largura de banda e uma conexão dedicada exclusivamente ao trabalho dentro da rede;
2) nominadores: são os que oferecem segurança à rede principal selecionando bons validadores e delegando os tokens DOT para eles. Em troca desse processo, ganham mais moedas. É uma função bem semelhante aos mineradores do sistema PoW ou os nós validadores do PoS;
3) collator: são nodes que mantêm as outras blockchains coletando transações e produzindo provas de que elas são verdadeiras;
4) pescadores: conferem se algum validador ou collator estão se comportando mal. Eles exigem pouco investimento de DOT, porém geram um grande retorno caso encontrem algum problema na rede.
Parachains
Uma blockchain individual no ecossistema Polkadot é chamada de Parachain (Blockchain Paralela). A ideia é que as parachains e a Relay Chain possam trocar informações facilmente a qualquer momento.
Assim, qualquer desenvolvedor, empresa ou indivíduo poderá executar a sua parachain personalizada por meio do Substrate – uma estrutura para criação de criptomoedas e sistemas descentralizados.
Como a cadeia customizada é conectada à rede Polkadot, ela se torna interoperável com todas as outras parachains na rede.
Esse recurso veio para facilitar a criação de aplicativos, produtos e serviços cross-chain (entre cadeias). Antes, as transferências de dados ou ativos entre diferentes blockchains não eram possíveis em larga escala.
São os validadores que fazem a proteção e a validação dos dados entre essas diferentes parachains. Esses validadores também garantem que as transações sejam espalhadas para várias parachains para melhorar a escalabilidade.
Atualmente, já são mais de 130 equipes trabalhando em blockchains paralelas com projetos que vão desde finanças descentralizadas até redes sociais e games.
Por ser multichain, com a polkadot é possível processar várias cadeias, o que aumenta as chances de transações
Pontes
As pontes são funções que permitem a rede interagir com diferentes criptomoedas, como Ether, Bitcoin, Litecoin etc. Assim, é possível realizar a troca de ativos sem um ente central.
Token DOT
Da mesma maneira que outros projetos de blockchain, a Polkadot tem seu próprio token, o DOT, que funciona como um token de rede, assim como o Ether para o Ethereum.
Há várias possibilidades de uso para este token. Primeiramente, ele concede aos holders (detentores) direitos de governança em toda a plataforma, incluindo poder para determinar as taxas de rede, votar em atualizações gerais e implantação ou remoção de parachains.
Além disso, o DOT facilita o consenso da rede por meio de staking. Todos os holders de DOT são incentivados a seguir as regras, o tempo todo, pois, caso não as sigam, perderão todo o seu valor em staking. Basicamente, staking significa que os usuários recebem uma renda passiva por deterem a criptomoeda, uma vantagem competitiva interessante.
Outra possibilidade é usar DOT para bonding (ligação). É um processo necessário quando novas parachains são adicionadas ao ecossistema Polkadot. Durante o período de bonding, o DOT vinculado fica bloqueado e é liberado assim que o bonding termina e a parachain é removida do sistema.
Vale a pena investir na Polkadot?
Polkadot conta com uma série de vantagens – e por isso é considerada um projeto tão inovador. Primeiro, ela é construída em uma nova estrutura de blockchain, conhecida como Substrate, que é mais simples de construir, devido às dezenas de módulos combináveis.
Além disso, ela usa uma combinação de cadeia de retransmissão, as parachains que explicamos, permitindo a construção de inúmeras soluções. E, claro, ainda há a inovação das pontes, que permite conectar o ecossistema Polkadot com outros.
Todos esses pontos já são vantagens interessantíssimas, mas a Polkadot ainda oferece outros benefícios frente aos seus concorrentes, como:
- velocidade, com tempo de bloqueio de apenas seis segundos e a maioria das transações finalizadas após menos de um minuto;
- escalabilidade, já que a Polkadot pode lidar, atualmente, com mais de mil transações por segundo, tps, em comparação com apenas 25 tps para Ethereum. Gavin Wood acredita que com o uso da fragmentação e das parachains otimizadas, esse valor pode chegar a até 1 milhão tps;
- interoperabilidade, o que significa que os aplicativos construídos na Polkadot e nas suas parachains podem interagir facilmente com aqueles construídos em outras blockchains.
Apesar de todas as vantagens óbvias da Polkadot para os desenvolvedores, é preciso lembrar que este é um ecossistema muito “jovem”. Ainda que existam vários projetos em desenvolvimento, levará certo tempo até que haja o lançamento de um grande projeto – e por isso, ainda é cedo para afirmarmos que a Polkadot realmente irá revolucionar o setor das blockchains.
Em relação ao token DOT, os criadores alegaram que este não é um token desenvolvido para especulação. Embora ele possua um valor monetário nas exchanges, sua principal função é para os fins que explicamos neste conteúdo.
Como comprar Polkadot?
Apesar da explicação dos desenvolvedores de que o DOT não é um token de especulação, ele já saltou mais de 2 mil posições no ranking de criptomoedas. E a tendência continua sendo de crescimento, especialmente caso os desenvolvedores passem a usar ainda mais essa solução e ela se torne mais forte.
É possível encontrar Polkadot nas principais exchanges do mundo e para comprá-la, o processo é semelhante às demais criptos, sendo necessária uma conta em uma exchange e uma carteira compatível com DOT.
Histórico de preços
A principal movimentação dos preços dessa moeda ocorreu realmente em 2020, quando a mínima foi de US$ 2,94 e chegou a US$ 9,22, mas em fevereiro de 2021 é que a Polkadot alcançou sua máxima, de US$ 39,37, atingindo uma variação de 211,6%.
Em março do mesmo ano, a DOT sofreu com um recuo até o valor de US$ 30,57, que serviu como impulso para alcançar uma nova máxima histórica, batendo US$ 45,61 no início do mês de abril.
Posteriormente, a moeda ainda atingiria uma terceira máxima histórica, seguindo o mesmo padrão das últimas duas máximas alcançadas, mas, em seguida, acompanharia a baixa do Bitcoin e de outras criptomoedas, chegando aos US$ 11 nos meses de junho e julho.
Desde então, a cripto vem se recuperando e voltou a ter uma valorização significativa, voltando a ser cotada acima dos US$ 30, permanecendo na faixa entre os US$ 33 e US$ 37.
Fim da escravidão financeira?
Gavin Wood, criador da Polkadot e cocriador da Ethereum, aproveitou o primeiro leilão de parachain da DOT para prometer o fim da escravidão financeira colocando-a como protagonista dessa revolução.
Wood anuncia a Polkadot como uma nova liberdade das restrições econômicas dos smart contracts da Ethereum. Ele afirma que o modelo econômico de locação financeira de parachains da Polkadot é exatamente o motivo pelo qual os usuários não precisam comprar um token de plataforma, ou precisam comprar qualquer coisa sobre o token nativo da estrutura, a DOT, o que contrasta fortemente com o modelo utilizado pela Ethereum e seus concorrentes diretos.
“Os usuários de aplicativos desenvolvidos na Ethereum são escravizados por ele do ponto de vista econômico. Esses usuários precisam possuir Ether e, muitas vezes, algum outro token que permita que eles usem qualquer aplicativo criado com os contratos inteligentes da Ethereum. Essa é uma limitação enorme”, disse Wood em entrevista.