Rússia ataca porto de Odessa horas após acordo sobre grãos
Mísseis russos atingiram o porto de Odessa, no sul da Ucrânia, neste sábado (23), disseram militares ucranianos. O ataque ocorre um dia após os países terem assinado um acordo para desbloquear as exportações de grãos dos portos do Mar Negro.
O acordo entre assinado na sexta-feira (22) por Moscou e Kiev e mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia foi saudado como um avanço após quase cinco meses de combates
Ucrânia acusa Putin de “cuspir na cara” de ONU e Turquia com bombardeio após Moscou e Kiev assinarem plano para permitir exportações de cereais bloqueados por causa da guerra.Mísseis russos atingiram neste sábado (23/07) o porto de Odessa, no Mar Negro, horas após Moscou e Kiev selarem um acordo para a Ucrânia retomar as exportações de grãos bloqueadas pela guerra.
“O inimigo atacou o porto comercial de Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr. Dois mísseis atingiram a infraestrutura do porto”, disse Serguei Brachuk, representante da região de Odessa, em mensagem divulgada nas mídias sociais. A defesa aérea conseguiu derrubar outros dois mísseis.
O ministério do Exterior ucraniano acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de “cuspir na cara” das Nações Unidas e da Turquia. “Demorou menos de 24 horas para a Rússia lançar um ataque com mísseis no porto de Odessa, quebrando suas promessas e minando seus compromissos perante a ONU e a Turquia no âmbito do Acordo de Istambul”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior ucraniano, Oleg Nikolenko. “Em caso de não cumprimento, a Rússia arcará com responsabilidade por uma crise alimentar global”, complementou.
“Ataque ultrajante”
ONU responde ao ataque
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, “condenou inequivocamente” os ataques relatados, disse um porta-voz, acrescentando que todas as partes se comprometeram com o acordo de exportação de grãos.
“Esses produtos são desesperadamente necessários para enfrentar a crise alimentar global e aliviar o sofrimento de milhões de pessoas necessitadas em todo o mundo”, disse o porta-voz Farhan Haq em comunicado.
O acordo entre os dois países é visto como crucial para conter o aumento dos preços globais dos alimentos, permitindo que as exportações de grãos sejam enviadas de portos do Mar Negro.