Após dar calote, fundo de criptomoedas Three Arrows Capital (3AC) pede falência nos EUA

Após dar calote, fundo de criptomoedas Three Arrows Capital (3AC) pede falência nos EUA

O fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC) entrou com um pedido de falência na Justiça dos Estados Unidos, após ter fortes perdas com operações alavancadas em criptomoedas e dar calote em credores, como a exchange Voyager Digital.

A companhia se vale do Capítulo 15 do Código de Falências dos EUA, que permite a devedores estrangeiros blindar seus ativos no país para se proteger de credores americanos. O pedido foi protocolado na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York.

Na última semana, um tribunal das Ilhas Virgens Britânicas, sede do 3AC, já havia ordenado a liquidação dos seus ativos. Já a corretora de criptoativos Voyager Digital, que ficou sem receber cerca de US$ 670 milhões do fundo, acabou obrigada a paralisar as movimentações de clientes na última sexta (1º), incluindo saques.

Three Arrows Capital (3AC) se valia de operações de alto risco

A forte desvalorização recente das criptomoedas – motivada pela alta de juros nos Estados Unidos e agravada pelo colapso do criptoativo Terra (LUNA) e da sua stablecoin TerraUSD (UST) – levou a uma série de chamadas de margem neste mercado, à medida que os investidores vendem seus ativos digitais às pressas e migram para ativos de menor risco.

Esse movimento em cadeia impacta com mais força os investidores que operam alavancados, isto é, que se valem de empréstimos para investir no mercado cripto.

O 3AC havia contraído empréstimos de criptomoedas junto à Voyager Digital, mas em meio à desvalorização dos ativos e aos pedidos de resgate dos clientes, não foi capaz de honrar os pagamentos à corretora. O fundo também estava com dificuldades para honrar pagamentos junto a outros credores, como a BlockFi.

O Three Arrows Capital foi fundado em 2012 em Cingapura, mas se repatriou para o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas como parte de um plano para transferir sua sede para Dubai. Na última quinta-feira (30), autoridades financeiras de Cingapura acusaram o fundo de fornecer informações falsas sobre gestão de ativos.

Outrora um dos mais importantes fundos de hedge do mercado cripto, o 3AC é mais uma vítima do “Grande Inverno Cripto”, e investidores agora temem um efeito contágio, à medida em que a liquidez seca nos mercados financeiros internacionais.

capitaltimes

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