Atual Estratégia Geopolítica Mundial

Atual Estratégia Geopolítica Mundial

As estratégias geopolíticas mundiais seguem os mesmos moldes das estratégias de investimentos, cada país busca construir meios para o crescimento econômico do seu povo, firmando parcerias comerciais, estabelecendo resultados de longo prazo, organizando investimentos na expectativa de excelente retornos.

A geopolítica compreende estratégias de proteção, segurança e ataque, tudo isso é possível por meio da globalização onde o mundo conectado ultrapassa fronteiras, os países estão posicionados estrategicamente, extraindo o máximo dos seus potenciais e resguardando suas fraquezas.

Escudo de silício de Taiwan

Essa pequena ilha com cerca de 23 milhões de habitantes, localizada a 180 km da China, criou o “Escudo de Silício”, através da sua liderança mundial na fabricação de chips semicondutores.

Os chips semicondutores, são imprescindíveis para fabricação de celulares, computadores, videogames e carros, sua produção dos chips impacta a economia mundial, nenhum outro país conseguiria estancar a ausência dos chips produzidos em Taiwan.

Desde o início da pandemia, o mundo tem passado por uma forte escassez de microchips, causando um forte desequilíbrio no mercado internacional, a empresa Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), fornecedora de um quarto dos chips do mundo, iniciou investimentos em uma nova capacidade produtiva para o longo prazo.

Podemos concluir que Taiwan é uma peça fundamental da economia mundial, obtendo muita atenção dos líderes políticos, construindo uma Estratégia Geopolítica baseado na sua função principal de abastecer o mundo com microchips.

Rússia quer dominar o Ártico com derretimento de geleiras

O Ártico é um reservatório repleto de matérias-primas e oportunidades comerciais e para o presidente russo, Vladimir Putin, a exploração da riqueza do Ártico (petróleo, gás e minerais) é uma prioridade estratégica.

“A zona ártica tem um potencial enorme. Em termos de recursos, estamos falando de 15 bilhões de toneladas de petróleo e 100 trilhões de m3 de gás. O suficiente para dezenas, até centenas de anos”, disse Alexander Novak, atualmente vice-primeiro-ministro da Rússia.

O maior potencial consiste no transporte, uma vez que parte da rota marítima do Norte, conhecida como Passagem do Nordeste, conecta a Europa à Ásia pelo norte da Rússia, através dos oceanos Atlântico, Ártico e Pacífico.

A Rússia poderá oferecer o menor custo de transporte para Ásia, dominando as rotas marítimas, os benefícios desta via ártica, oferece metade do comprimento do Canal de Suez, simplificando o transporte para o Sudeste Asiático.

A navegação neste local ocorria apenas no verão, mas com o desgelo do ártico em razão do aquecimento global, essa travessia irá acontecer o ano todo.

A Rússia possui quebra-gelos nucleares russos, sob o controle da gigante de energia atômica Rosatom, única no mundo.0

Quando Canal de Suez foi bloqueado por um navio cargueiro encalhado, a Rússia aproveitou a oportunidade propagar o plano em andamento da sua rota ártica.

A navegação no Ártico durante todo o ano está prevista para 2030.

A Rosatom afirma que está expandindo seus quebra-gelos nucleares de cinco para nove. Buscando um tráfego de 80 milhões de toneladas de mercadorias em 2024 e 160 milhões até 2035, contra 33 milhões em 2020.

Austrália minerando o planeta

A Austrália possui uma das maiores estruturas de mineração do planeta, minerando praticamente em todos os continentes do mundo.

As companhias da Austrália dominam a mineração na África, no leste Europeu e Sudoeste Asiático. além de buscar o domínio da produção de lítio, o país detém quase 60% ou mais da oferta de grandes projetos de lítio.

Um relatório da Bloomberg New Energy Finance, diz que um terço da frota global de veículos será elétrica até 2040 e a Austrália deve manter seu domínio no mercado.

Singapura líder exponencial em serviços financeiros

Mais uma caso de uma pequena ilha pobre que mudou as perspectivas internas com um crescimento exponencial no setor financeiro.

Sua estratégia adotou um modelo aberto de mercado, oferecendo liberdade econômica para importações e exportações. “Cingapura tem 400% de importação em cima do PIB, algo incrível. O Brasil, que tem políticas muito protecionistas, tem 12,6% de importações e exportações, somadas, em cima do PIB. Cingapura tem 200% só de importações. Então, importa muito, e exatamente por isso é um país muito rico.”

A “A Pérola da Ásia”, como é conhecida, tem meramente 5,6 milhões de habitantes e produz milionários, também é considerada o local mais caro de se viver, segundo um estudo da Economist Intelligence Unit, unidade de inteligência da revista britânica Economist.

Sua estratégia para combater a falta de competitividade foi abrir o mercado, Cingapura está entre os mais abertos, o fato de ter penalidades fortíssimas para crimes e comandar a política de forma rígida, no setor econômico, promove uma abertura de liberdade total.

Escolhendo alianças mundiais

A Geopolítica está direcionada para as sinergias entre pontos fortes e pontos fracos, alianças são formadas com a pretensão de obter vantagens para ambas as partes.

Indonésia e África em investimentos de infraestrutura portuária, Alemanha e Polônia em poder bélico, países consolidando parcerias para o futuro.

A guerra comercial é mais forte que a guerra bélica no século 21, estratégias mercadológicas pode impactar o futuro de um país, o que demostra que as preferencias políticas de cada país não é o único critério de empatia.

O Emirados Árabes Unidos e Índia mantem uma excelente parceria comercial, independente do abismo cultural e religioso entre os dois países, mas isso não impediu a celebração de negócios, o interesse mutuo entre as partes falou mais alto do que o histórico cultural e religioso.

Brasil

O Brasil tem inúmeros pontos fracos, tais como; economia muito fechada, barreiras linguísticas frágeis diante de um mundo globalizado onde a fluência em inglês e espanhol é uma obrigação, falta de investimentos em infraestrutura, moeda desvalorizada e cenário político instável.

Os pontos fortes do Brasil compreendem um poder de consumo de 200 milhões de habitantes, liderança no agronegócio que alimenta 1/4 da população mundial, minerais em abundância, excelente tamanho territorial, considerado um país continental, pertence ao G20, grupo dos vinte maiores países mais ricos do mundo, possui uma gigantesca zona costeira, clima tropical sem problemas com terremotos, nevascas, vulcões e furações, ou seja, sem preocupações com desastres naturais recorrentes, diante de outros locais do mundo, esses pontos devem ser abordados com bastante foco.

O maior entrave do Brasil consiste no protecionismo estatal, alto nível de tributação, alta demanda burocrática, investimento em educação, mas isso é possível de ser ajustado.

Uma estratégia consolidada e alinhada com a sociedade para buscar um denominador comum, carece de esforços, uma vez que existem muitas questões além da política popular que precisa ser explorada com maior ênfase, uma maior proximidade com o sudoeste asiático e norte europeu, celebração de alianças nos emirados árabes e maior liberalismo da economia devem estar na pauta dos governantes.

capitaltimes

Equipe Redação - Notícias e informações do mercado financeiro no Brasil e no Mundo - contato@capitaltimes.com.br

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